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Café paranaense de Mandaguari é reconhecido com 20ª indicação geográfica do estado

A conquista, que valoriza ainda mais a agricultura familiar do Paraná, é fruto de uma atuação coletiva que contou com o apoio do Governo do Estado

Café paranaense de Mandaguari é reconhecido com 20ª indicação geográfica do estado
Foto: Ari Dias/AEN

O tradicional Café de Mandaguari, no Noroeste do Estado, acaba de conquistar a Indicação Geográfica (IG), tornando-se o 20º produto paranaense a receber o selo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O reconhecimento foi oficializado nesta terça-feira (1º).

A conquista, que valoriza ainda mais a agricultura familiar do Paraná, é fruto de uma atuação coletiva que contou com o apoio do Governo do Estado, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Também participaram do processo o Sebrae/PR, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e a Associação dos Produtores de Café de Mandaguari.

A área geográfica delimitada pela IG engloba os municípios de Apucarana, Arapongas, Cambira, Jandaia do Sul, Mandaguari e Marialva, reforçando a força produtiva da região e a qualidade diferenciada dos grãos cultivados no território.

De acordo com Walter Feichtinger, técnico do IDR-Paraná, que acompanhou o processo desde o início, a equipe esteve presente em todas as fases da conquista. “Participamos de todas as etapas desse processo, desde a ideia inicial até a entrega do selo. Foram várias reuniões, preenchimento de questionários, envolvimento direto com os produtores. Foi um trabalho coletivo e muito técnico, que exigiu dedicação e articulação ao longo do tempo”, explica.

Segundo ele, a Indicação Geográfica é uma ferramenta estratégica para fortalecer a identidade dos territórios. “É um instrumento importante para valorizar produtos e serviços vinculados a uma região específica, promovendo o desenvolvimento econômico e social, protegendo a tradição e a reputação local, e atraindo consumidores que buscam autenticidade e qualidade”, destaca.

“Essa é uma grande conquista, fruto de um esforço coletivo. A partir de agora, iniciamos uma nova fase, com mais visibilidade, notoriedade e valor agregado”, afirma o consultor do Sebrae/PR, Luiz Carlos da Silva. “O reconhecimento fortalece especialmente os pequenos negócios no campo, gerando oportunidades e impulsionando o desenvolvimento econômico da região”.

TRADIÇÃO

Em Mandaguari, o café é mais do que uma bebida e faz parte da identidade local. Reconhecida oficialmente como a Capital do Café desde 2012, a cidade se destaca nacionalmente pela produção de cafés especiais, que unem qualidade, cuidado e origem.

Com 36,7 mil habitantes, o município também investe no turismo rural, com destaque para a Rota do Café, que permite aos visitantes acompanhar de perto todas as etapas da produção.

Para o produtor rural Fernando Rosseto, presidente da Associação dos Produtores de Café de Mandaguari, o selo é o resultado de anos de dedicação. “Para a gente, é o reconhecimento de um trabalho diário que agora está sendo recompensado. Os produtores estavam ansiosos por essa conquista, e ela finalmente chegou. A partir de agora, com a Indicação Geográfica, queremos abrir novos mercados e trazer novamente o olhar do Brasil para o café do Paraná”, afirma.

“O Estado já foi o maior produtor do País, e a nossa essência continua no café. Esse selo vai ajudar a valorizar o produto, manter os jovens no campo e mostrar que vale a pena investir numa produção de qualidade”, completa.

Rosseto também destaca o diferencial do grão cultivado na região. Segundo ele, pesquisas da área de genética da Universidade Federal do Paraná (UFPR) revelaram que o café de Mandaguari possui características únicas. “Existe um microrganismo natural nos nossos grãos que não consome os açúcares do café, ao contrário do que ocorre em outras regiões. Isso garante um sabor mais doce, com notas sensoriais de chocolate, caramelo e frutas vermelhas. É esse perfil que torna nosso café tão especial”, explica.

A cafeicultura no Paraná é formada por cerca de 8 mil produtores rurais, sendo que 85% deles são da agricultura familiar. A produção estadual em 2024 deve atingir 713 mil sacas, com a colheita já alcançando 36% em junho.

CAFÉ 

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS DO PARANÁ

Com o novo registro, o Paraná alcança a marca de 20 produtos com Indicação Geográfica reconhecida pelo INPI, permanecendo como o segundo estado brasileiro com mais selos emitidos, atrás apenas de Minas Gerais.

Estão entre os produtos paranaenses com IG a aguardente de cana e cachaça de Morretes; a goiaba de Carlópolis; as uvas de Marialva; o barreado do Litoral; a bala de banana de Antonina; o melado de Capanema; o queijo da Colônia Witmarsum; o café do Norte Pioneiro; o mel da região Oeste; o mel de Ortigueira; a erva-mate de São Mateus do Sul; o morango do Norte Pioneiro; a camomila de Mandirituba; os vinhos de Bituruna; a broa de centeio de Curitiba e Região; a Cracóvia de Prudentópolis; o urucum de Paranacity e Cruzeiro do Sul; a carne de onça de Curitiba; o queijo colonial do Sudoeste; e agora o café de Mandaguari.

AEN

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