A professora Cleonice Aparecida Alessi Glinski, de 61 anos, teve o contrato de prestação de serviços à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Irati, na região central do Paraná, cancelado nesta terça-feira (28). A informação é da Secretaria de Estado da Educação (Seed).
A professora foi filmada por uma câmera de monitoramento interno da instituição puxando o cabelo de uma aluna que tem síndrome de down, com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e é uma pessoa não verbal, ou seja, que não fala. O caso é investigado pela Polícia Civil (PC-PR). Veja detalhes da investigação abaixo.
De acordo com a secretaria, com o cancelamento contratual, a professora está impedida de trabalhar na instituição. O documento foi expedido pela pasta após envio de protocolo por parte do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Irati.
De acordo com a Seed, a professora atuava na instituição por meio de Processo Seletivo Simplificado (PSS) do estado, em regime temporário.
A investigação contra Cleonice começou após a família da vítima, uma jovem de 19 anos, ser informada, por meio de denúncia anônima, sobre o caso.
Conforme a polícia, o puxão de cabelo foi gravado no dia 15 de maio, mas só chegou ao conhecimento dos pais da vítima uma semana depois, no dia 23.
As imagens mostram que a aluna sai correndo de uma sala de aula. Em seguida, a professora aparece, puxa a jovem pelo cabelo e a empurra de volta para dentro da sala.
Defesa diz que não houve 'intenção de maltratar'
Em nota, cinco advogados que defendem Cleonice disseram que a aluna "empreendia fuga no momento em que foi contida".
Os advogados também disseram que, por parte da professora, não existiu "intenção de maltratar e sim, apenas de conter a aluna".
"Embora a forma de contenção não possa parecer a mais adequada ao momento, é certo que foi a única possível, notadamente para uma senhora de 61 anos, já com mobilidade reduzida, observando que não havia intenção em 'puxar o cabelo' da aluna e sim, em segurá-la, da forma que fosse possível."
A defesa da professora afirma, ainda, que ela está "extremamente abalada com a reação pública agressiva."
"Cleonice é pedagoga com mais de 26 anos de atuação junto à Apae de Irati, contra quem jamais houve qualquer apontamento negativo que fosse. É esposa, mãe e profissional de conduta irretocável."
A defesa da professora não quis fazer comentários sobre a quebra do contrato dela.
G1PR